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Heberth Melo

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Augusto Aras: “Engavetador mor” de Bolsonaro

21/08/2021 às 11h25 • atualizado em 21/08/2021 às 11h38

Coluna do professor Heberth Melo.

Por Professor Heberth Melo

Desde que foi nomeado Procurador Geral da República, contrariando a lista tríplice, uma tradição confirmada pela democracia brasileira nos últimos anos, o procurador Augusto Aras já se colocava como alguém que iria blindar o governo Bolsonaro de todas as denúncias, como forma de agradecer o favor da indicação, contrariando o papel que o cargo exige. Permitindo assim, uma fissura no sistema que tem o poder de fiscalizar e denunciar os atos de improbidade e corrupção do próprio governo federal, rompendo com a lisura do processo e possibilitando que crimes e disparates fossem cometidos por Bolsonaro, sua família e seguidores, uma tragédia para a história da procuradoria geral da república, para a democracia e para os poderes constituídos pelo judiciário, engavetar processos e esconder crimes do executivo federal.

Com a recondução de Augusto Aras pelo presidente Bolsonaro membros do Ministério Público Federal e políticos reagiram de forma adversa ao anúncio da indicação de continuação de Augusto aras ao cargo que ocupa atualmente. Muitos membros da câmara e do senado o chamam de “engavetador geral da república”, fato provado em suas atitudes no último mandato na defesa de Bolsonaro e família, fazem diversas críticas as suas decisões muitas vezes “tendenciosas” em relação ao combate a corrupção, vários membros da procuradoria, que são a favor da lista tríplice, estão enfurecidos com a permanência de Aras para o já citado cargo.

A insatisfação torna-se entendível devido às ações tomadas, ou não tomadas por Aras, no que se refere a investigações que deveriam ser feitas acerca dos ilícitos de boa parte do executivo e legislativo brasileiro, a exemplo dos inquéritos das Fake News, Manifestações antidemocráticas, pedidos de impeachment e mais recentemente em relação à suposta prevaricação pelo chefe do executivo nacional no escândalo Covaxin, neste o procurador pediu adiamento das investigações até que a CPI fosse concluída, fato esse negado pela ministra do STF Rosa Weber.

Muitos políticos estão insatisfeitos, para dizer o mínimo, com as atitudes do atual e possivelmente futuro procurador geral da república, a exemplo do o senador Fabiano Contarato (Rede-ES), que em rede social afirmou: “Indicar um engavetador para a PGR é como contratar um ‘seguro de impunidade’: não surpreende que Bolsonaro boicote novamente a lista tríplice! Cabe ao Senado cumprir de forma soberana o papel que a sociedade espera, rejeitando a indicação!”, outro senador insatisfeito é Paulo Rocha (PT-PA), o mesmo disse, “Bolsonaro está premiando a conivência da Procuradoria-Geral com os malfeitos do governo. O Aras está, claramente, seguindo a orientação dele. Não investiga, não encaminha as acusações contra o governo em relação ao Supremo”.

Os engavetamentos, dos processos, feitos pelo atual procurador geral da república são claros, evidentes, vívidos, são exemplos tenebrosos da corrupção dentro do maior instrumento do ministério público que é a procuradoria geral da república, responsável pela averiguação e investigação de denúncias dentro da própria república. Como se não bastasse não ter sido escolhido pela lista tríplice de procuradores, o que é bastante incomum, sem nenhum constrangimento o senhor Augusto Aras vai engavetando os processos e fazendo a vez da Advocacia Geral da União, na defesa não dos interesses da república brasileira, mas na defesa dos interesses de Bolsonaro, de sua família e dos seus apoiadores, transformando a PGR em um ambiente sem credibilidade e da extensão da corrupção do Brasil.

Sem a indicação ao supremo, a recondução de Aras na PGR está mais para um prémio de consolação do que para uma preocupação em instar e ou passar a limpo os crimes da república. Bolsonaro não contentou-se em aparelhar a Polícia Federal, as forças armadas e as Câmaras legislativas, queria também a certeza da blindagem de uma figura obscura, sem amor próprio, um tipo de personagem subserviente aos interesses do poder que o cargo pode oferecer, um nome que vai entrar para a história como aquele que deveria ser o responsável por investigar acusações, aplicar a lei e trazer justiça para o país, mas ficará conhecido como aquele que pega processos com denúncias crimes e provas, fecha os olhos, coloca na sua gaveta e faz de conta que nada está acontecendo para se manter no cargo.

Este é o Senhor, Procurador Geral da República, Augusto Aras, o maior engavetador de crimes da republiqueta do Bolsonaro.

Quem viver, verá…


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Heberth Melo

Heberth Melo

Possui formação acadêmica em Direito pela UFCG e Letras pela UFPB. É docente no ensino superior, na Faculdade São Francisco da Paraíba, FASP, Especialista em Direito Civil, Direito Penal, Processual Penal e Criminologia. Mestre em Ciências da Educação Pela UTIC – PY e Mestrando pela UERN em Ciências Sociais e Humanas.

Contato: [email protected]

Heberth Melo

Heberth Melo

Possui formação acadêmica em Direito pela UFCG e Letras pela UFPB. É docente no ensino superior, na Faculdade São Francisco da Paraíba, FASP, Especialista em Direito Civil, Direito Penal, Processual Penal e Criminologia. Mestre em Ciências da Educação Pela UTIC – PY e Mestrando pela UERN em Ciências Sociais e Humanas.

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