As esquecidas
“Lembrai-vos dos encarcerados, como se vós mesmos estivésseis presos com eles. E dos maltratados, como se habitásseis no mesmo corpo com eles.” (Hb 13, 3)
Um fato ocorrido esta semana me chamou a atenção: uma visita que a vereadora e Secretaria de Ação Social de Cajazeiras, professora Léa Silva, fez a Cadeia Pública de Cajazeiras, transformada em Presídio Feminino, às mulheres que ali se encontram cumprindo penas.
Recordo-me que no tempo em que era juíza das Execuções Penais, a Dra Lúcia de Fátima Ramalho, costumava realizar eventos sociais e religiosos para levar aos apenados um pouco de humanização e ao ser substituída, estas ações humanitárias continuaram sendo realizadas pelo Juiz Djacir Soares.
Afirma a Declaração Universal dos Direitos do Homem em seu artigo 1º: “Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.”
De acordo com o vemos em tal declaração é importante destacar que o apenado cometeu um erro, deve arcar com suas consequências, mas não pode ser esquecido que enquanto ser humano deve ser tratado com humanidade e com condições para que voltando à sociedade não volte à vida que tinha, a da criminalidade.
As medidas encaminhadas pela Secretária Léa Silva que vai beneficiar as famílias das presidiárias tem um grande alcance social e que dá uma tranquilidade as mesmas em saber que o seus filhos irão receber os benefícios das campanhas empreendidas por sua secretaria.
A partir desta primeira ação a Secretária Léa Silva poderia ampliar o seu trabalho junto a estas mulheres que estão privadas do que existe de mais sagrado e o principal bem dado por Deus ao ser humano: A sua LIBERDADE, realizando ações junto ao Juizado das Ações Penais para que seja feito um perfil de todas as presidiárias e a partir daí iniciar um processo de reintegração e de elevar a dignidade de cada uma e patrocinar uma melhor assistência jurídica e dar-lhes ciência de seus direitos, conforme preceitua artigo 41 da Lei de Execução Penal.
A sociedade poderia colaborar também com as ações da Secretaria de Ação Social e com o Juizado, oferecendo serviços de acompanhamento psicológico, médico, odontológico, além da assistência jurídica. Poderia envolver também as unidades de ensino superior da cidade que possuem cursos superiores nestas áreas do conhecimento.
Sempre houve uma preocupação maior com relação aos apenados do sexo masculino, principalmente no que diz respeito às visitas intimas, mas será que as mulheres também não sentiriam as mesmas necessidades de receberem os seus companheiros para em um ambiente serem afagadas, amadas, acariciadas e se inteirar sobre o seu lar, sua família e seus amigos? Fica a pergunta: como é este ambiente no presídio feminino?
Estas mulheres, já tão esquecidas e vistas como marginais, poderiam ver minorados os seus sofrimentos, no ambiente carcerário terrível em que vivem, não muito bem cuidado pelo Estado, se a sociedade se lembrasse de que elas existem e na totalidade das vezes nós só nos preocupamos quando alguém de nossa família ou um grande amigo tem sua liberdade privada. A secretaria Léa Silva, com sua larga experiência e vivência poderia colocar a estrutura da sua secretaria para prestar mais este serviço à comunidade carcerária feminina de Cajazeiras.
Efeitos da seca
Um fato inusitado ocorreu na última quarta-feira: os ribeirinhos do leito do Rio Piranhas, de várias comunidades e moradores da cidade de Nazarezinho, ocuparam, por quase cinco horas, a estação de tratamento de água, da CAGEPA, localizada no distrito de Engenheiro Ávidos e interromperam o fornecimento de água para Cajazeiras durante cinco horas.
Foi uma atitude extremada, que segundo os participantes do movimento, se fazia necessária para alertar as autoridades para o momento angustiante que estão vivendo pela falta d’água, provocada pelo fechamento das comportas do Açude do Boqueirão de Piranhas, fato que fez com que Rio Piranhas secasse, a exemplo do ano de 1983.
A cada dia que passa mais se agrava a situação dos ribeirinhos e não se tem uma previsão do que ocorrerá se nos primeiros dias do próximo ano não chova na nossa região e como as autoridades vão solucionar este grave problema.
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