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José Antonio

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Apontamentos para a História de Cajazeiras

19/05/2023 às 19h18 • atualizado em 19/05/2023 às 19h20

Coluna de José Antonio

Por José Antonio

                                                                                                  I

Cajazeiras tem suas origens num dote de Luís Gomes de Albuquerque, à sua filha Ana de Albuquerque, quando do seu casamento com Vital de Sousa Rolim, nas terras devolutas das vizinhanças da Lagoa do São Francisco.

Luís Gomes de Albuquerque recebeu estas terras por sesmaria, em 1767, todavia, em 1754, 13 anos antes, o Alferes Francisco Gomes de Brito tornou-se senhor e legítimo possuidor de terras compreendidas em sua sesmaria, justamente onde hoje está a cidade Cajazeiras.

Luís Gomes de Albuquerque deve ter nascido em 1746, na Vila de Igarassu-PE e seu falecimento ocorreu em Cajazeiras, em 1843, com 97 anos de idade. Foi casado com Luísa Maria do Espírito Santo com quem teve 12 filhos, dentre eles Ana Francisca de Albuquerque, a nossa Mãe Aninha, que faleceu em Cajazeiras no dia 22 de agosto de 1854, exatos 54 anos depois do nascimento do Padre Rolim ocorrido no dia 22 de agosto de 1800.

Cajazeiras jamais prestou qualquer homenagem a Luís Gomes de Albuquerque e ao seu genro Vital de Sousa Rolim – fundador da cidade de Cajazeiras.

II

A Criação da Comarca e o primeiro Juiz de Direito

No dia 05 de setembro de 1874, foi sancionada a Lei 550, pelo Presidente (governador) da Província Silvino Elvídio Carneiro da Cunha, criando a Comarca de Cajazeiras e o nosso primeiro juiz foi o Bacharel Manoel da Fonseca Xavier de Andrade, nomeado no dia 09 de janeiro 1875 e tomou posse no dia 20 de abril. No dia 23 de outubro de 1875 é removido para a comarca de Independência (Guarabira) e se despede de Cajazeiras, deixando suas funções, no dia 11 de dezembro de 1875.

No dia 06 de novembro de 1875 é nomeado juiz de direito o Bacharel Francisco José Meira e assumiu no dia 20 de dezembro de 1875.

III

População escrava de Cajazeiras no ano de 1880

O Presidente da Província, Dr. Gregório José de Oliveira Costa Júnior, no relatório com que passou o governo ao vice-presidente, Dr. Antonio Alfredo da Gama e Melo, em 3 de setembro de 1880, citava que a população escrava de Cajazeiras era de 435 pessoas, uma das menores da Paraíba.

A cidade de Sousa tinha um número de escravos bem superior ao de Cajazeiras, com 1.307, aonde se conclui que Sousa deveria ter uma produção bem maior que a de Cajazeiras, conseqüentemente uma economia bem mais forte.

Um ano antes desta divulgação, em função da grande seca 1878/1879, na mensagem de 4 de outubro em 1883 o presidente da província, José Ayres do Nascimento, apresentou que Cajazeiras entre escravos mortos e vendidos para o sul do país fora de 295 e Sousa 786, o que representou uma forte queda na produção agrícola nestas duas cidades, conseqüentemente  a seca, os efeitos da seca naquele século eram muito mais cruéis do que nos dias atuais.  Vale lembrar que o tráfico de escravos havia acabado e estávamos às portas da Lei Áurea.

Padre Rolim, quando seu pai, Vital de Sousa Rolim, faleceu herdou vários escravos, mas alforriou todos eles e os outros bens repartiu entre os irmãos.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

José Antonio

José Antonio

Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

Contato: [email protected]

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