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José Anchieta

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Amor revolucionário

17/03/2011 às 17h08

No próximo mês de abril, em um canal de televisão, começará mais uma novela. Assisti a uma chamada, uma espécie de trailer. E, confesso, fiquei indignado com o enredo de “Amor Revolucionário”. A contextualização se dá nos anos 60/70, durante os governos militares. E, como era de esperar, o tema central é a tortura cometida por alguns militares.

Ao meu ver, mais uma forma de denegrir o período, distorcer a verdade dos fatos, fazer apologética antimilitar e, pior, conduzir o debate de maneira unilateral, não dando ao outro lado a mínima possibilidade do sagrado contraditório e (de)formando as consciências de quem não participou ou não conhece os fatos.

Várias são as cenas de tortura física (paus-de-arara, afogamento, choques elétricos etc.), mas nenhuma de terrorismo. Sim, escrevi terrorismo. Foi exatamente isto o que fizeram os que queriam conduzir o Brasil pelas agruras comunistas e que hoje, infeliz e ironicamente, ocupam altos postos, inclusive a de mandatária da Nação.

Na novela, nenhuma cena de jovens soldados forçados a beber água contaminada de esgoto e morrer intoxicados (método predileto do “capitão” Lamarca), nenhum flagrante de carros-bomba explodindo em aeroportos ou outros aglomerados e, da mesma forma, nenhuma gravação de sequestros impetrados, nenhum assalto a banco, para financiamento do terrorismo, nenhum “justiçamento” feito pelas “vanguardas revolucionárias” e por aí vai. Nada disso. A novela é omissa propositalmente. Alguém falará de “ideal”… que belo ideal: matar gente, matar um povo, matar uma Pátria.

Migrando da ficção para a vida real, a propaganda pró-terrorismo também se faz perceber: há quem proponha a revisão da Lei da Anistia, que colocou ponto final na discussão sobre a responsabilização penal de militares e terroristas, a exemplo de Maria do Rosário Nunes, conhecida em Brasília como “a secretária das trombadas”, mas não só. “Sua” Excelência também defende a união homoafetiva e a descriminalização do aborto, estimula as invasões de terra, além de ser um trambolho para o governo federal no que diz respeito ao diálogo com a Igreja Católica, por conta do nefando Plano Nacional dos Direitos Humanos (que de humanos não tem nada).

Esta senhora, numa indesculpável demonstração de ignorância jurídica, joga na latrina o princípio da irretroatividade da lei penal, exceto nas situações em que o réu será beneficiado. Ou seja, uma lei criminal que prejudica alguém nunca terá efeitos retroativos. Como, então, rever a Lei da Anistia? É inconstitucional!

Considerando, por absurdo, que isto aconteça, serão os terroristas tratados com o mesmo rigor destinado aos militares? Certamente não! Então, haverá injustiça. Será que os terroristas de outrora – os fartamente indenizados de agora – responderão por algum crime cometido? Será que os envolvidos na Guerrilha do Araguaia – tem até deputado federal envolvido – responderão pelos homicídios? Será que os ladrões de munição e de armas, os sequestradores serão indiciados? Claro que não. Na verdade, os terroristas das décadas de 60/70 fizeram um excelente investimento.

“Amor Revolucionário”, não recomendo. Sugiro, sim, que se leiam os textos contidos em www.ternuma.com.br. É mais instrutivo. TERRORISMO NUNCA MAIS!
…….

Ao Dom José Gonzalez, à diocese de Cajazeiras e ao seu clero, minha plena solidariedade.

Força e coragem!


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

José Anchieta

José Anchieta

Redator do Jornal Gazeta do Alto Piranhas, Radialista, Professor formado em Letras pela UFPB.

Contato: [email protected]

José Anchieta

José Anchieta

Redator do Jornal Gazeta do Alto Piranhas, Radialista, Professor formado em Letras pela UFPB.

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