A violência nas escolas e o que falta para evitar
Por Francisco Inácio Pita
As notícias mais recentes de agressões entre alunos e professores, entre os próprios alunos nas dependências das escolas públicas pelo Brasil afora, têm uma forte vertente de não existir ou ser um fato superficial, mesmo assim, posso afirmar que existe uma pequena quantidade de estudantes envolvidos em meios ilícitos, e isso vem provocando violência dentro das escolas ou nas suas margens, e comprovadamente, há vestígio de agressão entre alunos e professores ou vice e versa. Isso é um desserviço na educação e na formação dos futuros ocupantes dos cargos públicos e privados, bem como nas futuras gestões e legislações do nosso país. É claro, que existe apenas uma pequena minoria, mas quem sabe se entre os maus feitores nas escolas atuais poderão ser no futuro os novos empresários, professores, vereadores, prefeitos, deputados e assim por diante. As escolas estão lutando a cada dia com afinco, se não melhorar o comportamento de muitos estudantes envolvidos em diversos meios reprováveis, a tendência é aumentar bastante. Se os maus feitores deixarem de lado a escola sem se converter para o bem, isso pode aumentar o índice de brutalidade que começa na família, vai para a escola e alastrar-se na sociedade.
Mesma sendo ainda pequena, a violência na escola já é uma questão muito séria, merece um olhar cuidadoso da parte de todos que vivem da educação e do poder público que deve dar condições de modernidade para os educandários, direcionando recursos e ao mesmo tempo as escolas devem enviar projetos agradáveis que vá de encontra ao aluno, as escolas precisam ser aguerridas para se chegar a uma solução de bem educar e transmitir muitos conhecimentos para os seus alunos. Sabemos que isso já acontece, mas muitas escolas precisam sacudir para chamar a atenção dos alunos que estão deprimidos de interesses na aprendizagem atual. As escolas precisam sair mais do quadro branco, do pincel e conteúdos escritos, precisam se tornar mais virtuais e interessantes para chamar a atenção dos alunos, entendemos também que para muitos alunos tudo que o professor fizer jamais vai mudar a sua posição e o interesse em aprender.
É verdade que a violência na sociedade começa na família e não na escola, mas é verdade também que tem violência produzida no interior da própria escola. Aqui na nossa região o clima ainda está razoável, mas já tem escolas que precisam dos policiais fazer uma vistoria de uma vez por outra, já nos grandes centros de nosso país quantos gestores e professores já perderam a vida para estudantes envolvidos no mundo das drogas.
Se a maioria das escolas não modificar sua forma didática, e aqui vai uma sugestão, seria trabalhar com criatividades e aulas mais virtuais, caso isso não aconteça, pode aumentar a desistência dos estudantes, cabeça vazia e sem ocupação a tendência é procurar o que fazer, e fazer o mal para a maioria é mais fácil do que fazer o bem. uma parte dos desistentes quando maior de idade vai procurar um trabalho, aprender uma profissão e assim por diante, mas uma fatia destes, apesar de não ser uma regra exata, provavelmente os menores de 18 anos procura se envolver no mundo ilícito, até porque nas leis atuais há várias lacunas abertas que facilita para quem é menor de idade.
Enquanto isso, muitas escolas ensinam o que a maioria dos alunos deseja aprender, mas outras têm regras antigas e desatualizadas. Essas ações fogem das expectativas dos alunos que muitas vezes estão avançadas e precisam de conteúdos e ideias mais atualizados, toda regra tem sua ressalva, apesar de existir muitas escolas atualizadas e cumprindo as regras corretas e com uma educação de qualidade e muitos alunos querendo aprender.
Para que haja o sucesso, precisam de esforços dos professores, coordenadores pedagógicos, meios informativos e investimentos dos governos nas escolas, estes último ponto não vemos sua atuação com clareza por parte do governo. Outra situação é a invisibilidade dos alunos gerada muitas vezes pela falta de escuta, de espaço, de sua participação direta. Estas soluções dependem mais do governo investir do que do corpo docente. Os governantes precisam mandar recursos financeiros e informatizar as escolas com internet de qualidade e muitos professores precisam reformar a sua forma didática. Segundo informações de fontes de alta credibilidade, a internet existente na maioria das escolas é de péssima qualidade, precisa também melhorar os espaços físicos de muitos estabelecimentos de ensino, investir em atividades esportivas, aprendizagem de músicas e adquirir diversos instrumentos musicais para as escolas, e trabalhar outras modalidades que proporcionem prazer ao aluno. Os coordenadores pedagógicos precisam criar novas formas de planejamentos, com práticas reais fazendo com que os professores envolvam seus alunos e construir a sua própria vida de cultura e de conhecimento, tudo isso sem deixar de lado os conteúdos programados pelo MEC. Seria criar novas formas didáticas para lecionar, isso depende do empenho do professor, mas a maioria tem dificuldades porque muitas vezes para sobreviver, precisa ensinar em duas ou mais escolas, tornando-se estressados e cansados das atividades diárias. Pouca gente sabe, mas o professor trabalha praticamente todo dia, além das aulas ministradas com os alunos tem atividades extras, como: corrigir atividades de avaliação e preparar os conteúdos das aulas seguintes e etc..
Com uma rotina de trabalho dobrada e enfrentada diariamente, a maioria dos professores fica sem condições de trabalho que garanta tempo e espaço para se dedicar à complexidade educacional, ficando também o seu lazer prejudicado e nem sempre são autoridades legitimadas para os alunos. Há também coordenações pedagógicas desatualizadas e que impõe regras para serem cumpridas pelos professores, o que na prática não constroem benefícios para o novo modelo educacional. Outro ponto interessante no desenvolvimento das regras a serem cumpridas, existe uma tensão muito grande entre o desafio de ensinar os conteúdos e o gerenciamento de indisciplina praticada por boa parte dos alunos. Se o professor for rigoroso e cobrar a atividade lecionada não presta para a maioria dos alunos, se for moderna e leve é chamado de tolo, e assim, a maioria das escolas não conseguem cumprir sua função primordial de educar.
Com a pequena violência nas escolas, na prática se torna uma questão difícil de resolver e precisa ser analisada com a seriedade necessária. Apontar os alunos como culpados pela grave situação de violência nas escolas é injusto, isso vincula uma cicatriz com dificuldades para ser curada, o ponto principal para a solução cabe aos nossos representantes, mas eles não encaram o problema de frente, ficando cada vez mais difícil da parte das autoridades constituídas do país.
A família e a escola precisam se unir, onde as pessoas cuidam umas das outras e cooperam entre si, ter melhores condições de desenvolvimento e qualidade de vida. O raciocínio vale não apenas para as escolas, mas também para qualquer tipo de instituição que lidem com pessoas.
O afeto e a empatia são bases da competência docente, a capacidade de identificar individualmente cada aluno com suas necessidades, de entender suas circunstâncias de vida, suas potencialidades e suas dores, dão ao professor as pistas para a melhor abordagem educativa e para a construção de uma relação que desmonte a falta de interesse pelos conteúdos e ao mesmo tempo a indisciplina.
A escola pode ajudar na formação dos adolescentes e diminuir o avanço da violência, o abandono aos estudos pode ser uma ponte direta para a vida do crime, observam-se ainda crianças e adolescentes longe das salas de aula em todo o país, o futuro dessas crianças e adolescentes pode ser atemorizado.
Uma escola para engajar seu aluno deve ser mais flexível e aberta ao mundo contemporâneo. De forma geral, a educação em nosso país ainda tem em muitas escolas caráter de disciplinamento, ao invés de focar na possibilidade da construção de um futuro diferente, de desenvolvimento de talentos e do cultivo de cidadãos críticos. A escola precisa criar um ambiente onde o estudante tenha a oportunidade de decidir o que quer aprender, sem fugir dos conteúdos programados pelo ministério da educação.
Precisa-se de mudança na direção do ensino e escolas mais humanizadas, e que de fato prepare os estudantes para o futuro, observa-se que muitas escolas ainda estão em fase de idealizações. Pouquíssimas escolas tem seu objetivo programado cumprido pelos professores e assimilado pelos alunos, se boas soluções forem aplicadas, revertem mesmo de forma lenta o cenário vivido. As escolas precisam chamar com mais rigor a participação da família, de forma mais efetiva, os pais precisam ter a responsabilidade de visitar as escolas e saber como está o desenvolvimento didático e educativo de seus filhos, com se comportam diante dos professores e dos gestores da escola. Deve haver nas escolas novas práticas pedagógicas voltadas para suprir necessidades dos alunos, criação de projetos interativos para atender parte de suas demandas e acompanhar adolescentes em situações que possam no futuro ser trágico. O fato é bastante complicado, mas pode ser uma das soluções para melhorar o estado complicado em que vivem muitas escolas pelo Brasil afora.
“O Art. 205 da Constituição Federal de 1988 assegura a educação como direito para todas as pessoas. A Educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” Para finalizar pergunta-se: a maioria dos estados e municípios está cumprindo à risca o seu papel na educação? Onde está o erro se tudo não está ocorrendo bem? As perguntas ficam para quem de direito responder. E ponto final.
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