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Francisco Cartaxo

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A terceira via e seu deputado federal

09/05/2022 às 18h23

Coluna de Francisco Frassales Cartaxo. (Na foto: João Doria, Simone Tebet e Ciro Gomes).

Por Francisco Frassales Cartaxo

Escrevi neste espaço acerca da tentativa de meter uma cunha entre Lula e Bolsonaro. Hoje está claro, não deu certo. Por isso, repito agora o que especulei há dois meses. A polarização toma conta do cenário nacional. Candidatura competitiva, colocada entre os dois principais concorrentes, nada avançou, muito embora, de um lado, exista forte resistência a Lula e ao PT e, do outro, é notório desgaste de Bolsonaro por seu vai-e-vem como governante e líder partidário. Este ano, a bipolarização adquire dimensão ideológica visível, escancarada em falas e atos concretos, na mídia, em redes sociais, nas ruas. Nunca vimos isto antes no Brasil.

Por que a terceira via não sai do canto?

Há muitas outras razões. A mais importante é não ter um projeto para o Brasil. Terceira via, para quê? Falta clara definição dos problemas fundamentais e os meios e modos de encaminhar soluções exequíveis. Ora, não existe sequer um esboço de programa que aglutine lideranças expressivas em torno dele e inspire confiança à sociedade. Assim, a adesão popular viria da identificação da maioria da população com um programa consistente, que trouxesse esperança. Não se fala nada disso. Por quê? Porque a preocupação é outra.

Existe ainda outro motivo importante.

Um projeto para o Brasil precisa ter uma cara. Um cara que junte e não espalhe. Que aglutine e não afaste. Um líder real. Não dá para fabricar esse líder, assim sem mais nem menos. Alguns dos nomes lembrados pela mídia até exibem perfil capaz de encaixar no gosto de boa parcela do eleitorado. É verdade que Ciro Gomes insiste em apresentar-se como o papai sabe tudo, mas, feito peixe, morre pela boca. A natimorta terceira via não passa disso: um desejo difuso. E confuso. Uma quimera.

Onde diabo a porca torce o rabo?

É fácil explicar. Construir a terceira via deveria ser, sobretudo, obra de governadores, deputados, senadores. Mas eles não priorizam o interesse coletivo, as necessidades das pessoas que vivem e sofrem no Brasil real. Invocam, às vezes, um falso interesse partidário. Mentira. Engodo. Pensam neles. E nas largas portas de acesso a benesses do poder para os apaniguados.

Benefícios legais e suspeitos, franqueados pelo regime presidencialista de coalizão. Benesses para poucos. Analise o leitor, por exemplo, quais são os deputados federais da Paraíba. A maioria só pensa no orçamento secreto. E o eleitor vota neles numa boa!

Presidente da Academia Cajazeirense de Artes e Letras – ACAL


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Francisco Cartaxo

Francisco Cartaxo

Francisco Sales Cartaxo Rolim (Frassales). Cajazeirense. Cronista. Escritor.
Trabalhou na Sudene e no BNB. Foi secretário do Planejamento da Paraíba,
secretário-adjunto da Fazenda de Pernambuco. Primeiro presidente da
Academia Cajazeirense de Artes e Letras. Membro efetivo do Instituto
Histórico e Geográfico Paraibano. Autor dos livros: Política nos Currais; Do
bico de pena à urna eletrônica; Guerra ao fanatismo: a diocese de Cajazeiras
no cerco ao padre Cícero; Morticínio eleitoral em Cajazeiras e outros
escritos.

Contato: [email protected]

Francisco Cartaxo

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Francisco Sales Cartaxo Rolim (Frassales). Cajazeirense. Cronista. Escritor.
Trabalhou na Sudene e no BNB. Foi secretário do Planejamento da Paraíba,
secretário-adjunto da Fazenda de Pernambuco. Primeiro presidente da
Academia Cajazeirense de Artes e Letras. Membro efetivo do Instituto
Histórico e Geográfico Paraibano. Autor dos livros: Política nos Currais; Do
bico de pena à urna eletrônica; Guerra ao fanatismo: a diocese de Cajazeiras
no cerco ao padre Cícero; Morticínio eleitoral em Cajazeiras e outros
escritos.

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