A Santa Sé é uma escola de diplomacia.
“Perita em humanidade”, no dizer do papa Paulo VI, em discurso histórico na sede da ONU, no dia 04 de outubro de 1965, a Igreja Católica Apostólica Romana tem mais de dois milênios de relacionamento com os mais variados povos.
A experiência acumulada faz da Santa Sé um referencial internacional para a resolução dos conflitos. Não poucos países enviam seus jovens diplomatas em visita à Pontifícia Academia Eclesiástica, a Escola de Diplomatas da Santa Sé.
Não se confunda Santa Sé com Vaticano: este é um erro grosseiro. Entende-se por Santa Sé o poder do Santo Padre, o papa, que, por vezes é delegado a outras pessoas ou organismos da Igreja, como, por exemplo, as Sagradas Congregações, ou Dicastérios, que se assemelham a ministérios de Estado. Assim, aos 11 de fevereiro de 2010, o presidente do nosso país sancionou o “Acordo entre a República Federativa do Brasil e a Santa Sé sobre a respeito do estatuto jurídico da Igreja no Brasil” (não o Vaticano).
Já por Vaticano, deve-se compreender o pequeníssimo quadrante de terra de 44 hectares (qualquer fazenda da região é maior que o Vaticano), encravado na cidade de Roma, numa de suas colinas. Situa-se na antiga Colina Vaticano, na qual se erguia o Circo de Nero e onde São Pedro foi morto e sepultado. Do Vaticano, o papa fala como um chefe de Estado.
Portanto, outro erro grosseiro é dizer “embaixada do Vaticano”, que, de fato, não existe, mas, sim, a Embaixada da Santa Sé, ou a Nunciatura Apostólica, cujo embaixador é o Núncio Apostólico, representante do papa num país para assuntos civis e eclesiais.
É política da Santa Sé a cordialidade em seu relacionamento diplomático. Diferentemente de outros países que, perante situações de litígio imediatamente retiram seus embaixadores das representações como sinal de protesto e ruptura, a Santa Sé insiste no diálogo, mesmo quando este é dificílimo e até impossível. A título de exemplo, eis a República Popular da China, que não reconhece a independência de Taiwan, ao contrário da Santa Sé. Daí, a perseguição contra quem não aceita a imposição de pertencer à “Igreja Patriótica” (uma igreja criada pelo governo comunista – contradição, eles são ateus! – para combater os que querem ser fieis a Roma e ao seu líder).
Na última quarta-feira, em bairros cristãos de Bagdá, no Iraque, cristãos estão sendo perseguidos e mortos em ataques sistemáticos. A primeira incursão aconteceu há 13 dias, quando a Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro foi cercada e invadida por radicais islâmicos ligados à al-Qaeda. Da ação, resultaram 52 mortos. No Paquistão, a situação não diferente, assim como em muitos outros países do mundo, em que vigora e intolerância e a perseguição religiosas.
Diante disto, resta a voz do papa através da ação diplomática, que, sem sombra de dúvidas, é também Evangelização. Por si, ou através dos organismos da Santa Sé, o pastor deixa claro que não está atrás das ovelhas, mas à sua frente com bastão e com cajado.
Rezemos pelos cristãos do Iraque.
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