A Paraíba pensa pequeno
Por Alexandre Costa – O anúncio do vigoroso crescimento econômico da Paraíba cravando 10,20% na taxa de crescimento do seu Produto Interno Bruto (PIB) no ano de 2021, durante um evento solene promovido pelo Governo do Estado na semana passada, me fez garimpar números e estatísticas econômicas na busca de respostas a uma pergunta que me instigava: estaria a Paraíba alçando voo para o seu desenvolvimento econômico pleno? O que estaria acontecendo para estarmos atingindo um patamar de crescimento semelhante ao outrora milagroso desenvolvimento chinês?
De fato, o IBGE em sua publicação “Contas Regionais 2021” que condensa todas as estatísticas econômicas de todos os estados brasileiros, aponta que o PIB da Paraíba registrou uma taxa de crescimento de 10,20% em 2021 em relação a 2020. É algo para comemorar mesmo, a Paraíba deixou na poeira o Brasil que cresceu naquele ano, 4,8% e o Nordeste, 4,3%. No Ranking desta taxa de crescimento do PIB, entre todos os estados brasileiros, saímos da 18.ª posição para 10.ª um grande avanço, considerando que vivíamos um ano pandêmico.
Importante registrar que avanço da 18.ª posição para 10.ª posição é referente à variação da taxa de crescimento e não ao número do PIB e si. O mais grave é que 2021, no ranking do PIB dos estados continuamos estagnados na 18.ª posição entre os nossos 27 entes federativos, participamos apenas 0,9% do PIB do Brasil.
Encaro todos estes números apenas como um avanço pontual e com uma ponta de preocupação, pois, ainda continuamos estagnados, por mais de 20 anos, na 6.ª posição no ranking do PIB dos nove estados nordestinos. Estamos ainda muito longe das três maiores economias nordestinas, Bahia, Pernambuco, Ceará que representam 62,8% de todo o PIB da região. A Paraíba ainda não tem um consistente e inovador Plano Estratégico de Desenvolvimento Econômico a exemplo dos nossos vizinhos como Pernambuco e Cerará que esbanja ousadia e competência na implantação de obras estruturantes, já em andamento, que vão de siderúrgicas, portos, ferrovias a plantas de Hidrogênio Verde, algo que a Paraíba nem sequer ouviu falar, que tem potencial de consolidar de vez o grande salto de desenvolvimento socioeconômico daqueles dois estados que saem na frente combatendo os gritantes desníveis regionais.
Na verdade, percebo que a Paraíba ameaça decolar sem um plano de voo. Desconheço qualquer plano estratégico de desenvolvimento governamental de médio ou longo prazo que contemple, por exemplo, a exploração do polo ferrífero entre Cajazeiras e São José de Piranhas para viabilizar um ramal da Transnordestina ligando o Alto Sertão ao futuro porto de águas profundas no município de Mataraca. Os políticos da Paraíba pensam pequeno, se é que pensam.
Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.
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