A luta pela criação da Universidade Federal…
Antes mesmo da histórica reunião realizada na Câmara Municipal de Cajazeiras, no dia 03 de setembro de 2009, quando oficialmente se iniciou a luta, outras manifestações e desejos já haviam sido externados por pessoas, segmentos da sociedade cajazeirense e de outras cidades sobre a criação de uma nova Universidade Federal, com sede no Sertão da Paraíba.
Lembro-me de uma reunião que participei, na cidade de Pombal, sob os auspícios da Universidade Federal da Paraíba, com a presença do Reitor Rômulo Polari, para discutir sobre este assunto e ventilava-se e sugeria-se que recebesse o nome do grande brasileiro, filho da cidade de Pombal, Celso Furtado, para ser o patrono desta instituição, pois facilitaria sua criação, tendo em vista a grande admiração que o então Presidente Luis Inácio da Silva nutria por ele. Esta ideia pouco avançou.
Quando era deputado federal, Armando Abílio, teria ingressado na Câmara com um Projeto de Lei criando a Universidade Federal do Sertão, com sede na cidade de Pombal, seguindo a mesma linha de pensamento debatida na Reunião de Pombal, mas não tenho conhecimento sobre o encaminhamento deste projeto, ou se teria sido apenas para angariar a simpatia do povo de Pombal com interesse eleitoreiro.
Quando foi formada, por iniciativa do então Reitor da UFCG, professor Thompson Mariz, uma Comissão de Estudo de Viabilidade Técnica de Criação da Universidade Federal do Sertão, se constituiu num passo firme e o relatório produzido por ela, poderá neste instante de retomada desta luta, se tornar num subsidio importante para todos os que hoje se irmanam nesta luta.
Outro momento importante, também da iniciativa do professor Thompson Mariz, foi a contratação de uma empresa de consultoria, dirigida pelo ex-reitor Linaldo Cavalcanti de Albuquerque, para elaborar um Projeto Técnico.
Todas as pessoas, dos mais diversos segmentos da sociedade se engajaram, em 2009, na grande luta pela criação desta nova instituição de ensino público no sertão, eram marcadas pela esperança e foram amplamente democráticas, participativas e com uma salutar convivência com o contraditório.
A cidade de Cajazeiras é afeita, acostumada e solidária às grandes lutas. As suas inúmeras conquistas foram sempre antecipadas de grandiosos embates: não foi fácil trazer o trem, mais dificil ainda para que tivéssemos o abastecimento d’água há cinquenta anos, luta maior ainda pela chegada dos fios e postes que trouxeram a energia de Paulo Afonso, mais grandiosa ainda pela implantação da telefonia, pelo sinal de televisão captado na Serra do Quati, pelas linhas aéreas (hoje não existem mais).
No campo educacional, foi mais dificil equiparar o velho e tradicional Colégio Diocesano Padre Rolim, em 1933, ao Colégio Pedro II do Rio de Janeiro, do que o reconhecimento dos Cursos da Faculdade de Filosofia, em 1972. Quem não se lembra dos obstáculos que foram vencidos para a instalação do Campus V da UFPB? E a grande luta, talvez a mais grandiosa, que foi a conquista do Curso de Medicina?
A luta está sendo retomada com mais vigor, agora com a valiosa colaboração da Associação dos Cajazeirenses e Cajazeirados do Ceará, que elaborou junto à Câmara Municipal de Cajazeiras, todo um processo para que seja realizada uma Audiência Pública, nesse dia 30 de novembro, com o objetivo de definir metas, traçar planos e construir um documento que se constituiria numa “Carta de Cajazeiras” a ser dirigida a todas as autoridades e lideranças políticas da região e ainda aos deputados estaduais, federais e senadores, para que sabedores dos anseios do Sertão da Paraíba possam também colaborar e se integrar nesta luta pelos avanços da educação superior na nossa região.
O que estamos esperando? Vamos para a luta que a batalha não será fácil, mas tudo depende de nós e da nossa coragem e disposição de trabalho.
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