A força do Sertão
Por Alexandre Costa
O último resultado das eleições na Paraíba sepultou uma máxima que vaticina que os nomes para encabeçar uma chapa numa disputa para o governo do estado devem ser necessariamente do eixo João Pessoa-Campina Grande. As urnas mostraram claramente isso. Derrotado nos dois maiores colégios eleitorais da Paraíba, João Pessoa e Campina Grande e em outras importantes cidades da Região Metropolitana da Capital, o candidato João Azevedo conseguiu vencer a eleição graças a uma estrondosa votação no interior do estado. Resumindo: Com essa maciça votação obtida nas cidades do interior, Azevedo, conseguiu cobrir a derrota sofrida em João Pessoa Campina Grande e região metropolitana ganhando a disputa com uma maioria de mais 116 mil votos. O interior falou grosso.
Seria a hora e a vez do interior resgatar seu prestígio e a força politica apresentando um legitimo candidato da região ao governo do estado? Estaríamos de volta aos áureos tempos de notáveis sertanejos no Palácio da Redenção como Antônio Mariz, Wilson Braga, João Agripino Filho? Acredito que é chegada a hora, sim. E o grande fato que justifica e respalda a minha opinião foi exatamente os mais de 304 mil votos de maioria de votos que João obteve no interior sobre as duas maiores cidades da Paraíba e zona metropolitana. Um feito inédito que denota que todo o interior, unido politicamente, tem plenas condições de apresentar um candidato ao governo do estado em 2026 extremamente competitivo.
A recente reunião da bancada federal dos parlamentares da Paraíba, para definir as emendas para todo o estado demonstra a importância de termos um representante do Sertão na cadeira de governador do estado. Das 15 emendas prioritárias escolhidas e aprovadas apenas duas contemplam o Sertão, o Sistema Adutor do Ramal do Piancó e o Hospital de Trauma de Patos. Invariavelmente, todos os anos, as cidades de João Pessoa e Campina Grande levam tudo, só nos restam migalhas.
Precisamos de um governador sertanejo para combater o gritante desnível econômico no estado onde mais de 70% do nosso PIB concentra-se em apenas cinco municípios redirecionando o eixo de investimentos para o interior objetivando equilibrar nossos indicadores econômicos e sociais entre todas as regiões do estado.
Pode parecer um sonho, mas tenho propostas perfeitamente factíveis para mitigar esse cruel desnível econômico: implantação da tão sonhada Zona Franca do Semiárido; um novo traçado da Ferrovia Transnordestina derivando da cidade de Missão Velha (CE) cruzando todo o estado até o futuro porto de águas profundas no litoral de Mataraca; iniciar a duplicação da rodovia BR 230 no sentido Cajazeiras a Campina Grande; implementar linhas aéreas regulares do Sertão ao Litoral.
São tarefas hercúleas, porem exequíveis, para um possível governador vindo do interior, ungido com o voto popular com força e vontade politica para tornar o Sertão numa terra de oportunidades.
Alexandre José Cartaxo da Costa é engenheiro, empresário com MBA em Gestão Estratégica de Negócios, membro efetivo e fundador da Academia Cajazeirense de Artes e Letras-ACAL
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