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Francisco Cartaxo

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A cronista da Ribeira do Rio do Peixe

03/08/2021 às 18h04

Coluna de Francisco Cartaxo. (Foto: reprodução/Coisas de Cajazeiras).

Por Francisco Frassales Cartaxo

A Ribeira do Rio do Peixe foi a maior referência para a historiadora Rosilda Cartaxo Dantas. Seus escritos estão espalhados em livros, plaquetas, jornais e revistas, incluindo a Revista do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, do qual foi presidente. Muitos discursos, crônicas, ensaios biográficos e históricos se ligam a fatos, datas e figuras de nossa região, no começo do século XIX. Neste caso, fruto de pesquisas bibliográficas para realçar importantes episódios históricos. E disso tinha plena consciência, tanto que, na Introdução do livro Estrada das boiadas, ela fez este alerta:

Daí o meu trabalho ser uma sequência de aspas. Estas foram sinais luminosos colocados no meu trânsito. Não me condenem os historiadores por usar a crônica para falar da história da Ribeira. Registrei fatos, notas, poesia, a linguagem do meu povo, acompanhando-me nesta jornada.

Eis uma clara demonstração de lucidez da lúcida “normalista” que não teve a oportunidade de conhecer ferramentas de investigação, hoje usuais nas Universidades. E mais, em sua época, não se dispunha das facilidades propiciadas pela tecnologia que, atualmente, permite realizar pesquisas em qualquer biblioteca do mundo graças à digitalização de livros, jornais, revistas, documentos. No tempo de Rosilda prevalecia a garimpagem em papeis velhos de sacristias de igrejas, cartórios, em baús das famílias. E as narrativas escutadas dos mais velhos. Foi assim que Rosilda produziu boa parte de sua obra literária, preciosas trilhas para novos pesquisadores, em particular os que trazem na alma a Ribeira do Rio do Peixe.

Seus escritos falam de episódios vividos por antigos habitantes da região, com envolvimento direto dos Dantas Rothéa na luta entre legalistas e rebeldes, vinculados à Confederação do Equador. Foram confrontos armados, que deixaram centenas de mortos de facções políticas, no começo do século XIX. Conhecer esses fatos e personagens é indispensável à formação da Ribeira do Rio do Peixe. Mas sua significação vai além das fronteiras do sertão para alcançar a história da Paraíba e do Brasil.

Rosilda tinha uma motivação muito particular para enveredar por esse caminho literário. Ela foi marcada, quando menina, pelas narrativas familiares de seus antepassados: os Rothéa, Dantas e Cartaxo. Narrativas repletas de emboscadas, carabinas, punhais, de vingança, sangue e mortes. Ao tentar entender melhor tudo isso, Rosilda fez-se a grande cronista da Ribeira do Rio do Peixe.

Presidente da Academia Cajazeirense de Artes e Letras – ACAL


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Francisco Cartaxo

Francisco Cartaxo

Francisco Sales Cartaxo Rolim (Frassales). Cajazeirense. Cronista. Escritor.
Trabalhou na Sudene e no BNB. Foi secretário do Planejamento da Paraíba,
secretário-adjunto da Fazenda de Pernambuco. Primeiro presidente da
Academia Cajazeirense de Artes e Letras. Membro efetivo do Instituto
Histórico e Geográfico Paraibano. Autor dos livros: Política nos Currais; Do
bico de pena à urna eletrônica; Guerra ao fanatismo: a diocese de Cajazeiras
no cerco ao padre Cícero; Morticínio eleitoral em Cajazeiras e outros
escritos.

Contato: [email protected]

Francisco Cartaxo

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Francisco Sales Cartaxo Rolim (Frassales). Cajazeirense. Cronista. Escritor.
Trabalhou na Sudene e no BNB. Foi secretário do Planejamento da Paraíba,
secretário-adjunto da Fazenda de Pernambuco. Primeiro presidente da
Academia Cajazeirense de Artes e Letras. Membro efetivo do Instituto
Histórico e Geográfico Paraibano. Autor dos livros: Política nos Currais; Do
bico de pena à urna eletrônica; Guerra ao fanatismo: a diocese de Cajazeiras
no cerco ao padre Cícero; Morticínio eleitoral em Cajazeiras e outros
escritos.

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