A Cajazeiras e a Paraíba que surpreende
Por Saulo Péricles Brocos Pires Ferreira – Meus caros. Quando a gente fica achando que tudo está ficando parado, vem algo que surpreende. Venho acompanhando o FEST ARUANDA, um festival de cinema que já vai pela décima nona mostra, que sempre aconteceu em João Pessoa, e tinha como curador meu amigo de longa data e confrade de Academia o Prof. Lúcio Vilar, a gente se surpreende que ele de repente vai fazer sua apresentação fora de cidade e de país”: Vai ser apresentado em San Diego na Califórnia nos States. Nunca duvidei da capacidade de Lúcio de conseguir arregimentar nomes e mais nomes para sua mostra, além de apresentar os atores locais, que nossa terra, Cajazeiras produziu e produz talentos de uma forma extraordinária, tanto no teatro, como na teledrmatugia e no cinema, a gente sempre teve apesar de eu morar num lado e ele no outro lado do estado, um contato bastante próximo. Um exemplo: O professor de minha mãe, outra pessoa à frente de seu tempo era o famoso (eu o conheci) Amir Haddad, que foi depois o maior diretor de teatro de rua do mundo. Pois bem. Quando eu Juntava as peças para a publicação do livro de Ica, ele conseguiu o contato com a assessoria de Amir, e ainda conseguimos contatar com o mesmo.
Na sua mostra, ele fez, somente para pinçar um momento, o festival fez a única homenagem a Tony Tornado, que fez uma atuação muito extremamente marcante no filme Getúlio, como Gregório Fortunato, e bem antes, era nosso ídolo da música com a interpretação da musica BR – 3, com um estilo inovador de se dançar e de cantar, mas como sói acontecer com aos nossos ídolos das minorias de nosso país (ele era negro), ele nunca foi homenageado durante sua carreira de cantor, e no final de sua vida teve esse seu resgate em vida prestado pelo Festival Aruanda, coisa que o próprio Tony Tornado agradeceu.
E durante a trajetória desse festival de cinema, em boa parte pelo trabalho incansável de Lúcio, o festival que tinha tudo para ser o que se espera de um evento num estado periférico de nosso país, sempre se apresentou com inovações, e sempre homenageando os valores da terra, como os de fora.
Quando se achava que o repertório tinha se acabado, se chega a notícia que nosso festival agora é um evento internacional. Apresentado na Califórnia, a terra do cinema. O que traz visibilidade do mundo da sétima arte para nosso produto. Não que não seja merecido, mas quem ousaria dar tamanho salto de nossa pequena, humilde e esquecida Paraíba, para as telas do Primeiro Mundo?
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Não sou dado a fazer elogios, mas de vez em quando tenho que fazer uma exceção.
Que o exemplo desse abnegado professor seja replicado e que nós paraibanos, nordestinos e brasileiros, tenhamos a coragem e ousadia de pensar além, de nossas fronteiras. O caminho está delineado vamos em frente. A atriz Marcélia Cartaxo saiu de uma peça de um grupo amador de teatro de Cajazeiras e foi a primeira brasileira a ganhar o Urso de Prata no Festival de Berlim. E até hoje está a brilhar. Outros atores e atrizes estão chegando, e aparece mais esse feito. E se fica uma sensação: afinal, não somos os piores, na verdade, com trabalho e afinco, podemos ser muito mais, talvez até os melhores. Os Lúcios Vilar estão aí para dar a prova, é uma questão de dar oportunidade e algum recurso.
João Pessoa, 26 de agosto de 2024
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