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José Antonio

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“Ó Deus, cadê a chuva que não chega”?

10/03/2013 às 12h11

“O gado está morrendo e não temos mais condição de dar ração a todos os animais". Este tem sido o clamor da maioria dos criadores de nossa região. Ante o temor de um segundo ano de poucas chuvas e mais ainda diante do quadro tenebroso que já se vê, nas áreas de criação e nas margens das rodovias, as carcaças de bovinos, é a denúncia mais forte da gravidade deste momento, além de uma possível tragédia que se avizinha, caso as chuvas não cheguem, o sertão poderá virar um grande e triste cemitério bovino.

Diante desta situação, o governo parece ser surdo aos clamores dos criadores e que não esteja vendo a necessidade de incluir em suas ações, como meta prioritária, a salvação do restinho do rebanho bovino do sertão da Paraíba.

As vozes que se tem ouvido são de desesperança e desengano, não apenas dos pequenos, mas dos médios e grandes criadores. O milho que está sendo vendido pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) é insuficiente para atender até mesmo 20% da demanda e tem produtores que até o momento não compraram um grão sequer deste milho, que segundo eles, as dificuldades de acesso, as irregularidades nas datas da entrega e a burocracia, em determinados momentos, são insuperáveis, a exemplo de um criador do município de Cajazeiras, que tinha direito de receber 10 (dez) sacos de milho, mas não tinha condições de transportá-los da cidade de Sousa até a sua propriedade, porque o preço do frete era muito caro.

O resíduo de algodão e o farelo de soja que estão sendo vendidos, pelo governo do estado, a preço subsidiado, talvez atendam 10% da demanda e a silagem de milho e sorgo vendida pela EMPASA, com sede em Sousa, acabou esta semana. Para se ter uma ideia das necessidades dos criadores, em Sousa, estavam estocados 1.400.000 (hum milhão e quatrocentos mil) quilos e durou poucos meses. Não existe uma previsão de data quando vai ter novamente esta silagem para ser vendida.

Diante de 600 bovinos, o pecuarista cajazeirense, Antonio Roberto, disse que se a chuva não chegar logo, além dos animais que já morreram, que não sabe nem a quantidade, “vai ser muito dificil salvar o meu rebanho”.

Enquanto isto o governo federal investe milhões de reais para destruir e depois construir no mesmo lugar um campo de futebol, que terá apenas dois jogos durante a copa do mundo. Sobre esta ação de governo não tem sertanejo nenhum que consiga entender e muito menos digeri-la.

Por outro lado, o governo do estado, nem o governo municipal de Cajazeiras, até o momento não fez uma única reunião com os sertanejos e deles ouvir clamores e sugestões no sentido de salvar o rebanho, caso a chuva não chegue.

Estamos diante de uma situação que só Deus pode mostrar uma saída de emergência, porque por parte dos homens muita gente não acredita mais.

“Meleiros”  

A falta de chuva não tem atingido somente os criadores de gado, mas existe na nossa região um número considerável de pessoas que tinha uma renda mensal muito boa com a coleta de mel de abelha italiana e toda a produção, parte era vendida no comércio local e outra era levada para São Paulo. Segundo os agrônomos a mortandade também nos apiários é muita elevada.   


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

José Antonio

José Antonio

Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

Contato: [email protected]

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Professor Universitário, Diretor Presidente do Sistema Alto Piranhas de Comunicação e Presidente da Associação Comercial de Cajazeiras.

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