Família acusa PM e delegado de CZ de agredir homem até morrer; ¨Ele se defecou todo¨. Fotos e Vídeo!
A irmã do acusado disse que a polícia espancou seu irmão na presença dos filhos, que são menores de idade. Vídeo!
O ex-presidiário Ronivon Gonçalves Leite, de 31 anos, faleceu na madrugada desta quarta-feira (08), no Hospital Regional de Cajazeiras. Ele que era pai de cinco filhos e morador do bairro Pio X, foi preso pela polícia durante a madrugada, acusado de tráfico de drogas. A família da vítima acusa a polícia de espancar Ronivon até a morte.
Família
A irmã do acusado, Elisabeth Gonçalves Silva disse que a polícia espancou seu irmão na presença dos filhos, que são menores de idade.
“Eles foram na casa do meu irmão depois da meia noite. Eles não vão durante o dia para não ter testemunhas. Meu irmão não era foragido da polícia, não era assassino nem criminoso de alta periculosidade”, desabafou a jovem.
Segundo a irmã de Ronivon, na casa dele não havia nenhum tipo de entorpecente: “Se acharam alguma coisa na casa dele foi a polícia que colocou”, disse.
Elisabeth informou que seu irmão era doente do baço e do fígado e disse que até o delegado espancou o jovem, que chegou a vomitar sangue.
“Eu quero justiça, porque se ele tinha alguma culpa a polícia tinha que prendê-lo. Têm muitos crimes aí impunes, mas, o do meu irmão não quero que fique. Só queria entender se o Código Penal mudou, porque um delegado ir a casa de um pai de família e bater nele até levar a óbito!”, disse indignada a irmã.
O pai de Ronivon disse que estava sem “cabeça” para falar sobre o assunto, mas adiantou que chegou ao hospital e encontrou o filho já morto.
Já a mãe revelou que o filho do acusado, de onze anos de idade pediu que a polícia não maltratasse o pai. “O filho pediu, ‘não mate meu pai não. Não faz isso não’”, confessou a mãe aos prantos.
Ela disse ainda que, após os espancamentos, os policiais ainda pisaram em seu filho: “Todos eles pisaram no meu filho".
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Esposa
A esposa da vítima, a senhora Maria Aparecida Quirino Pereira, ainda muito abalada com a perca do companheiro, revelou que a polícia não esperou que eles abrissem a porta e foram logo quebrando e adentrando a residência.
“Eles pegaram meu esposo pelos cabelos e levaram lá para o muro e começaram a espancar, espancar e espancar. Eles me disseram que eu deveria dizer logo onde estavam as jóias e as drogas, aí disse que meu marido vendia era peixe e não droga”.
Segundo a esposa, Ronivon pediu que ela a socorresse, mas já era tarde demais. “Eu não podia fazer mais nada, ele se cagou todinho. Deram tanto na barriga dele e ele vomitou tanto quando colocaram cápsula de cocaína na garganta dele”, disse.
Chorando, a mulher disse que pediu a polícia para não bater no seu esposo, pois ele era um homem muito doente. “Pedi: leve ele preso, mas não bata nele não. Ele tem problema de fígado, baço e coração. Não mate ele não, nós temos cinco filhos. E as crianças estavam todas gritando: ‘não matem meu pai não’”.
Aparecida afirmou que na sua casa não tinha nenhum tipo droga e acusou a polícia de “plantar” os entorpecentes para condenar Ronivon. “Eles não encontraram nada na minha casa, depois voltaram com uma marmita e disseram que tinham achado cocaína. Eles forjaram, porque o negócio deles é forjar isso nas casas”.
A mulher acusou ainda a polícia de matar passarinhos e galinhas na sua casa a tiros: “A P2 matou os passarinhos e as galinhas de tiros”.
A esposa revelou que foi ao hospital, e uma enfermeira, que não soube dizer o nome, informou que Ronivon havia dado entrada no Hospital com dores nas costas, mas quando chegou a delegacia já encontrou o homem desmaiado. “Quando cheguei à delegacia, já encontrei meu marido escornado. Então a P2 disse: O que ele tem realmente? E respondi: eu não disse a vocês, vocês mataram o meu marido!”.
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Versão da polícia
Foi deflagrada na noite dessa terça-feira (07), uma operação da Polícia Militar juntamente com a Polícia Civil, da cidade de Cajazeiras, que resultou na prisão de Ronivon Gonçalves Leite e mais dois adolescentes.
Segundo a PM, quando as autoridades chegaram ao local indicado, no bairro Multirão, Ronivon tentou fugir da ação policial pulando o muro de uma residência, no entanto, ele não conseguiu fugir, pois o cerco já havia sido feito, sendo capturado juntamente com dois menores, que lhe davam cobertura.
Foi apreendido na casa, bastante material ilícito como, maconha, crack, cocaína, munições de cal. 22 e uma balança de precisão.
O acusado e os menores, foram conduzidos à Delegacia para avaliação e mensuração do material apreendido, e um maior esclarecimentos dos fatos.
Comandante
O comandante assegurou que conhece o trabalho do delegado de plantão, que está sendo acusado pela família, identificado por “Neto” e disse: “Ele não permitiria nenhum ato de arbitrariedade contra qualquer pessoa. Conheço a idoneidade do mesmo. É uma pessoa muito humana".
Segundo Ronildo, o acusado tentou fugir da ação policial pulando o muro da casa, mas foi surpreendido pela polícia. “Ele não chegou a pular o muro, retornou e provavelmente nesse retorno deve ter caído e teve uma pequena lesão no supercílio”, disse.
O comandante afirmou que o inquérito foi aberto pela delegada Cristiana Roberto. Segundo ele, quando a delegada começou a ouvir os acusados, Ronivon se sentiu mal e foi socorrido para o hospital, que inclusive foi atendido por dois profissionais médicos, não sendo constatada nenhuma lesão grave, mas, ao retornar à delegacia, Ronivon passou mal novamente e mais uma vez foi levado para o Hospital Regional de Cajazeiras (HRC), onde foi a óbito.
“O serviço realizado não foi arbitrário. Foi tudo dentro da lei. A polícia nada mais fez que cumprir a determinação que existia”.
Ronildo informou ainda, que vai ser instaurado um procedimento administrativo para apurar o fato, já que é uma medida de praxe.
Ouça áudio da Rádio Arapuan FM!
Veja também:Policia Militar e Civil deflagra operação e prende traficante e comparsas na cidade de Cajazeiras
Veja fotos na galeria. Fotos cedidas pela família da vítima após a ação policial. Clique e aumente a imagem!
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