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José Anchieta

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Perseverar, Esperando

30/06/2009 às 18h39

Por Padre Renato

Lembra do “Plano B” da semana passada? Sinto medo dele! Todos sentimos medo das mudanças que temos de fazer na vida sejam elas quais forem, pequenas ou grandes; todos temos receio de que os projetos que impliquem “alternativas” não dêem certo, de que o futuro não seja tão promissor ou seguro como o presente aparentemente estável e confortável que vivemos. É um sentimento normal e bastante compreensivo.

Porém, o medo assume um caráter prejudicial quando se reveste de uma roupagem que inviabiliza as potencialidades que temos, fazendo de nós eternas e inamovíveis estátuas de bronze que não vão a lugar algum, mas se comprazem em ficar na praça, sob o olhar e sob a mira atenta dos pombos a defecar.

Não devemos ser, pois não somos estátuas de bronze na praça, susceptíveis de defecação. Somos homens e mulheres que, no lugar de um vazio ecoante, possuem massa cerebral da melhor qualidade quando posta em funcionamento. Temos vontade e inteligência, temos racionalidade, somos seres pensantes, que têm um polegar opositor que nos serve de pinça (qualidades únicas dos seres mamíferos racionais) e que nos torna bem diferentes dos outros animais.

Com estas ferramentas podemos mudar o nosso mundo e o mundo dos outros: o nosso mundo precisa ser mudado? Mudemo-lo! O mundo dos outros precisa ser mudado? Ajudemo-los a mudar, não sejamos egoístas, pois o medo se supera mais facilmente juntos.

O medo gera estagnação e a estagnação mata. Mata-nos e mata aos outros. O “plano B” precisa ser colocado em ação, com medo ou sem medo, com destemor, de preferência. O que pode acontecer, no máximo, é o seu insucesso. E, caso isto aconteça, eis o “plano C”, valendo ressaltar que, até chegarmos ao plano “Z”, temos, ainda, pelas normas da atual reforma gramatical, mais vinte e três hipóteses de trabalho. E se passarmos para a matemática, eis o infinito “enesimal” que se nos descortina à nossa frente.

Em síntese: nada deve obstaculizar o nosso futuro e a busca da nossa felicidade. Nada! Nem ninguém, muito menos nós e nossos medos! O conjunto de experiências adquiridas no passado serve de base para a manutenção do presente e para a construção do futuro.

As ferramentas deste labor serão, necessariamente, em primeiro lugar a persistência, a perseverança. Sem obstinação não se chega a lugar algum. O canoísta que mudou a maneira de remar no meio do trajeto não abandonou a competição, mas apenas aperfeiçoou a forma como estava remando, só isso e nada mais. A meta continua visualizada, almejada e querida. E o seu esforço foi aprimorado. Mudar é uma das etapas da persistência.

A segunda ferramenta do labor é fruto da perseverança, a saber, a esperança. Afinal, só persevera, vencendo desafios, quem tem esperança, quem sabe “esperar”, passar a fase difícil da travessia e chegar a fase de calmaria para avançar mais e mais e mais, acelerando a marcha rumo à meta pretendida. Todo velejador sabe disto. Há locais de tormenta marítima, mas há momentos de calmaria. Desistir na procela? Nem pensar! Seguir adiante e aguardar a calmaria e, aí, avançar para as águas calmas, onde é possível acelerar e chegar à reta final.

Quem física ou psicologicamente passa por momentos difíceis em vista de uma preparação ou de mudança de vida (e todos passamos por momentos assim) não pode esquecer estes dois elementos de fundamental importância: perseverança e esperança, esta fruto daquela; aquela, geradora desta.

Avante, todos!


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

José Anchieta

José Anchieta

Redator do Jornal Gazeta do Alto Piranhas, Radialista, Professor formado em Letras pela UFPB.

Contato: [email protected]

José Anchieta

José Anchieta

Redator do Jornal Gazeta do Alto Piranhas, Radialista, Professor formado em Letras pela UFPB.

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