Fronteiras da prosperidade
Por José Antonio – O município de Cajazeiras é um dos mais ricos da Paraíba em solo fértil e em volume d`água. Por que esta afirmação? Dos três maiores reservatórios do município, dois estão sendo abastecidos com as águas da transposição do São Francisco. Esta água está sendo liberada, pouco a pouco, para irrigar as terras dos municípios de Santa Helena, São João do Rio do Peixe, Sousa, Nazarezinho e Aparecida e o que estes municípios não captam vão parar nos mananciais do Rio Grande do Norte.
Estamos vendo a cada segundo a riqueza passando na nossa porta e deixando seguir para outras regiões. Basta citar o exemplo do Rio Piranhas, que corta com suas águas dezenas de quilômetros do território do município de Cajazeiras e o que dela aproveitamos? Talvez 2%.
Os prefeitos municipais, que nos últimos 40 anos administraram esta cidade, nunca tiveram a preocupação de promover ações públicas com investimentos mais agressivos na área agrícola e na pecuária.
O município de Cajazeiras poderia ser, a partir dos Rios Piranhas e Rio do Peixe, o maior produtor de frutas e legumes da Paraíba. O que estaria faltando? Planejamento, talvez?
Qual o currículo das escolas de Engenheiro Ávidos, Divinópolis e Cocos, apenas para citar as três maiores situadas na zona rural do município? Teria técnicas para irrigação, zootecnia, pastagem, seleção de sementes? Garanto que não. Talvez não tenhamos nenhuma disciplina que possa orientar, os jovens que as freqüentam, num produtor rural qualificado. Através da educação poderíamos aumentar a produção de alimentos no campo.
Quantos seminários já foram produzidos pela secretaria de agricultura do município para descobrir as potencialidades de cada região, incentivando os proprietários rurais a utilizarem as novas técnicas, desde a escolha da semente, preparo e manejo do solo, produção e comercialização?
O fato é que não temos uma política voltada para a agricultura. Desde que o algodão deixou de reinar na economia local, não encontramos ainda uma cultura que o substituísse e que tivesse condições de empolgar o nosso agricultor para cultivá-la. Já houve uma tentativa de introduzir a mamona como alternativa, mas além de certa resistência por parte de alguns pequenos proprietários, é um tipo de cultura que não pode ser consorciada com a criação de gado e este talvez seja o maior empecilho para o sucesso, na nossa região, da cultura de mamona.
O fato é que temos terra, água e energia elétrica em quase todo o município, mas nos faltam capital, tecnologia, incentivo, orientação, educação e políticas sérias de comercialização da produção. Poderíamos ser um município agrícola de grande importância em todo Nordeste, uma verdadeira fronteira de prosperidade. Mas o que é que somos? Uma fronteira de miséria na área agrícola. Temos muito que explorar, mas faltam a ciência e a tecnologia chegar ao campo.
Será que não estava na hora de Cajazeiras ter uma escola voltada para a agropecuária, setor que é responsável por 25% do PIB nacional?
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