Atlético de Cajazeiras: Glórias e traições
Por: Saulo Pericles Brocos Pires Ferreira – Meus caros: eu torço para apenas dois times no mundo: o Botafogo do Rio de Janeiro e o Atlético de Cajazeiras. Quando os dois se enfrentaram, pela primeira vez e única eu abjurei a fé. Fui a campo com as duas camisas, mas a do Atlético por cima. E não comemorei o gol do Botafogo, fui o primeiro tesoureiro a pagar o bicho de sua primeira vitória de 4 x 2, no Wilsão, como se chamava o Perpetão na época contra o Sport de Patos, um jogo matinal, que não havia iluminação noturna naquele longínquo ano de 1985, se não me falha a memória. Nilsinho, Capitão, e tinha Darlan, Wilton Moreno, Caçote, Viegas e Rosquinha. Íamos a Patos e eu arrumava um ônibus extra em que era organizada a torcida por Wilson Moreno, irmão de Wilton, e lá a gente dava um jeito de todo mundo entrar no Zé Cavalcanti. Depois das brigas, a gente só saía quando liberasse o último torcedor que tinham detido em Patos. O Sousa era apenas um projeto. Quando a gente ganhava ou empatava fora de casa, eu já preparado, encontrava os jogadores na calçada do Higino, para receberem o bicho: eu fazia as contas com Nilsinho e eles saíam. Tive o prazer de ver a primeira citação do Atlético na revista Placar quando estava no Rio, em que que nosso jogador Garrinchinha era o artilheiro do Paraibano. Eu, como tesoureiro sempre paguei minha entrada nas cadeiras, e por isso tive moral para barrar um monte de “falsos jornalistas” que botavam uma camisa de uma rádio e iam a família inteira para as cadeiras, impedindo os pagantes de se sentarem. Fui chamado de intrometido, mas a torcida do Trovão me aplaudiu.
Para não me movimentar para regularizar jogadores, contratei um supervisor para fazer esse trabalho. E não somente por minha causa, mas com o “auxilio luxuoso” de pessoas como Taciano Granjeiro e Fassis do Banco do Brasil, somente para citar dois: a gente resolvia as coisas do Atlético original, sempre com um só sentimento o engrandecimento do clube e da cidade. Mas eu tive que resolver um dilema: ou me dedicava inteiramente ao futebol, ou administrava as empresas. Optei pela segunda opção. Naquele tempo, roubar, a gente roubava, mas “para o Atlético”, nunca “do Atlético” fiz e refiz, comprei juízes, comprei um empate no Amigão eu dizia ao árbitro: eu quero a vitória, mas o Juiz disse: a vitória não, mas se quiser o empate, eu consigo, e conseguiu. Amigos: existem duas coisas que lhe dão notoriedade, mas quando você ganha: tribunal do Júri e dirigente de Futebol; eu já experimentei os dois, mas tem pelo menos para mim, um grande problema: um júri comprado é uma injustiça cometida e um jogo ganho com fraude não é u resultado legítimo, e acontece, ou, para não responder em juízo, deve acontecer, eu que tenho, apesar de ter nascido no país da corrupção, certas restrições para esse tipo de conduta. Então sobra para o time que tem a maior torcida do sertão ser entregue a pessoas não tão comprometidas com o futuro do Atlético, haveriam que ter os, como diz meu amigo irmão Stanley Lira, os “baluartes” para financiarem o Atlético, mas onde estão esses? O maior deles João Claudino, saiu para ser donatário do Piauí e Maranhão, José Cavalcanti tem seus negócios espalhados pelo sertão e João Pessoa, Arlan Rodrigues jamais iria deixar seus negócios na Capital e em Cabedelo à beira do Sanhauá para vir para Cajazeiras, pois se viesse, seria o caso de fazer um exame psiquiátrico. Então, resta a nosso pobre time do povo, viver às custas de uma prefeitura e seus humores, o Prefeito José Aldemir, dependendo de quem disser, que um cubo é uma bola de futebol, é capaz dele acreditar, e outras pessoas que não têm suporte financeiro ou de pessoas confiáveis para tocar nosso Trovão.
Eu dei a Neguinho a proposta de formar um quadro de sócios de umas mil pessoas para ter o básico, e depender menos desses humores. Mas atualmente a coisa em que menos penso é em voltar para Cajazeiras. E como nunca fui ouvido, certamente não seria dessa vez que iriam me ouvir. Nosso time não merece passar por esse vexame.
Mas daqui de João Pessoa, vendo o que aconteceu Com o Belo, e com toda a corrupção que sempre teve na nossa Federação, tenho uma proposta: Estadualizar o Atlético, que passaria a se chamar Atlético Paraibano de Desportos, e colocar em seus novos estatutos a proibição de Bolsonaro jamais vestir a camisa alvi-azulina. Se o Botafogo da Paraíba tivesse de dar certo, já teria dado.
Recife, 14 de maio de 2024
Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.
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