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SOFRIMENTO: Um ano depois, família ainda não tem os restos mortais de Victória e a mãe clama por ajuda

Prestes a completar um ano do crime que chocou a cidade de Cajazeiras, a família ainda não teve o direito de realizar um sepultamento digno da adolescente

Por Jocivan Pinheiro

19/07/2018 às 16h43 • atualizado em 21/07/2018 às 15h01

O semblante da dona de casa Verônica Albuquerque é de tristeza e ao mesmo tempo revolta. Ela é mãe de Victória Albuquerque, assassinada aos 17 anos na zona rural de Cajazeiras em 2017. Os restos mortais da adolescente foram encontrados no dia 14 de agosto, mais de 40 dias após o homicídio, e depois foram levados para o Instituto de Polícia Científica (IPC) de Campina Grande, onde estão até hoje.

Prestes a completar um ano do crime que chocou a cidade, a família ainda não teve o direito de realizar um sepultamento digno.

De acordo com dona Verônica, as informações são desencontradas. Sempre que alguém afirma que os restos mortais serão enviados à família, logo em seguida surge outra informação avisando que ainda não é possível.

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Em busca de respostas, dona Verônica se juntou a ONG’s e movimentos sociais de mulheres que estão cobrando das autoridades competentes a resolução do caso para acabar de vez com o sofrimentos dos familiares. Nesta quinta-feira (19), o Conselho Municipal da Mulher, o Centro de Defesa da Mulher Márcia Barbosa, a Marcha Mundial das Mulheres e a OAB divulgaram uma nota de solidariedade à família da jovem (leia a nota aqui).

“A gente vem acompanhando mês a mês como está o processo. Essas informações não chegam pra gente de forma clara, mas a gente tem ido buscá-las. Como o Conselho é de direito das mulheres de Cajazeiras, a gente acha por bem fazer essa cobrança direta porque é uma negação de direito. Esse laudo precisa ser conculído, essa família precisa fazer todos os rituais necessários para o sepultamento dessa jovem. É uma negação de direito tanto para com a Victória, quanto para sua família”, disse a presidente do Conselho da Mulher de Cajazeiras.

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“O luto só vai começar a cessar a partir da hora que forem concretizados esses rituais para que a família possa entrar num processo de superação dessa perda tão dolorida. A gente tem apoiado a família e dialogado com as entidades responsáveis, mas infelizmente não temos ainda o corpo de Victória. A dor continua, o sofrimento continua, mas a luta continua”, falou Francilma Rocha, presidente do Centro de Defesa da Mulher Márcia Barbosa.

“Apesar das estatísticas nos preocuparem, cada caso também nos preocupa. Essas mulheres precisam ser cuidadas. Depois de ocorrido o fato, é necessário que o Estado garanta justiça, garanta um sentimento de que aquilo não pode ser aceito. Desde que o caso surgiu no ano passado, a Marcha Mundial das Mulheres vem acompanhando. Mas esse ano a gente foi pego em uma situação que não é mais admissível. Completa-se um ano do caso e não é admissível que o Estado continue apresentando desculpas para não conseguir liberar o corpo da menina”, ressalta Sofia Dionísio, representante da Marcha Mundial das Mulheres.

“A OAB não poderia deixar de estar presente nesse momento, ofertando assistência para que a mãe de Victória possa procurar as instituições e o seus direitos e possa concluir esse quase um ano de espera aguardando justiça, aguardando por uma resposta da parte do poder público”, frisou o advogado Victor de Saulo.

Verônica Albuquerque, mãe de Victória

Emocionada, dona Verônica garantiu que não vai desistir até poder sepultar a filha: “No momento me sinto injustiçada por passar tanto tempo e não poder fazer um enterro digno para minha filha. Mas eu busco justiça, eu não vou desistir. Pode passar mil anos, mas eu vou conseguir o que eu mais preciso, que são os restos mortais da minha filha”.

Leia a nota divulgada pelas ONG’s e movimentos sociais de mulheres

DIÁRIO DO SERTÃO

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