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Análise: Corinthians tem uma semana para repetir o “milagre do intervalo”

Contra o São Paulo, time de Carille se acerta entre um tempo e outro, consegue empate e quase vira no Morumbi; vantagem ainda é confortável

Por Priscila Belmont

25/09/2017 às 10h36

O Corinthians voltou a mostrar uma calma incomum, típica de quem sabe o que está fazendo.

O Corinthians tem a fórmula para acabar com todos os seus problemas. E sabe onde ela está guardada: em seu vestiário. O que quer que tenha acontecido no intervalo do clássico contra o São Paulo, neste domingo, tem que ser repetido ao longo da semana até o próximo domingo, quando o Corinthians visita o Cruzeiro, no Mineirão.

Recapitulando: o Corinthians fez um primeiro tempo abaixo da crítica no Morumbi e desceu para o intervalo perdendo por 1 a 0, agradecendo a todos os deuses do futebol por não ter sofrido mais gols. Voltou outro time, bem mais parecido a aquele que construiu a ampla vantagem na liderança do Brasileirão. Empatou e poderia ter virado.

– Nós nos cobramos muito no intervalo – resumiu Gabriel.

Fábio Carille não escondeu os problemas do primeiro tempo:

– Não competimos. O São Paulo ganhou todas as bolas em disputa. Não gostei.

É curioso: em abril, a eliminação na Copa do Brasil não foi suficiente para fazer nem marolas no Parque São Jorge – e o time de Carille ainda não havia sido campeão paulista. Em setembro, com o estadual no bolso e uma liderança pra lá de consolidada no Brasileiro, a queda na Sul-Americana gerou um tsunami.

A eliminação na Sul-Americana deixou uma cicatriz e levantou dúvidas, que o primeiro tempo do Morumbi se encarregou de amplificar. Quem se deixar impressionar pela gritaria das redes sociais vai acreditar que o Corinthians está em queda livre e que meio time precisa ser barrado. Menos.

É irônico que o time tenha travado nos 45 minutos iniciais no Morumbi justamente quando Fabio Carille pôde escalar seu 11 ideal, após quase dois meses: Cássio, Fagner, Pablo, Balbuena, Arana, Gabriel, Maycon, Jadson, Rodriguinho, Romero e Jô.

Carille reconheceu que errou e tem tempo e margem de manobra suficientes para corrigir os rumos. Talvez Clayson mereça mais do que entradas ocasionais no segundo tempo. Jadson foi muito mal nos 45 minutos em que esteve em campo.

A exibição contra o São Paulo deixa lições importantes para o resto da temporada. Do que fazer e do que não fazer. O Corinthians voltou a mostrar uma calma incomum, típica de quem sabe o que está fazendo. O risco é tamanha confiança se transformar em indolência, limite que o time esteve perto de ser cruzado no primeiro tempo. A bronca no intervalo – “nos cobramos muito”, “não competimos”, etc – serviu para pôr o time de volta aos eixos antes da visita ao Cruzeiro.

Viagem que, diga-se de passagem, será bem mais tranquila graças ao tropeço do Grêmio. Os gaúchos, que poderiam ter reduzido a vantagem do líder para oito pontos se vencessem o Bahia, em Salvador, acabaram perdendo o jogo e, de quebra, o Corinthians de vista: agora são 11 de distância. O Santos, a 10, virou o perseguidor mais próximo.

Globo Esporte

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