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Na primeira derrota, Corinthians se supera em quase todos os fundamentos, aponta análise

No jogo que marca a queda da invencibilidade no Brasileiro, Timão melhora a maioria de suas estatísticas, mas fica tanto com a bola que acaba errando mais passes, incluindo o que ajuda o Vitória

Por Campelo Sousa

20/08/2017 às 08h36

Jogos desse final de semana (Foto: Divulgação)

Corinthians já ostenta números impressionantes no Campeonato Brasileiro. Na partida contra o Vitória, no último sábado, em Itaquera, ainda melhorou as estatísticas de quase todos os fundamentos na comparação com a sua média no torneio. Finalizou, cruzou, criou mais… Como o futebol nunca foi ciência exata, o Timão perdeu sua invencibilidade em derrota por 1 a 0.

O time de Fábio Carille nunca havia ficado tanto tempo com a bola durante um jogo deste campeonato. Em 72% do duelo, ela rodou pelos pés dos corintianos. Trata-se de característica bem fora da curva para o líder da competição, conforme é possível perceber no gráfico abaixo.

Não à toa, foram tantos passes trocados (575) e bolas alçadas à grande área baiana (28), afinal de contas, diante de um adversário fechado, mais cedo ou mais tarde você terá de tentar o cruzamento ou um passe em profundidade. Este é o lado positivo da moeda.

O negativo é quase uma lógica matemática: quanto mais você fica com a bola e a gira de um lado a outro do campo, em busca de espaço, maior a probabilidade de perdê-la, de cometer equívocos. Logo, o Corinthians também nunca havia errado tantos toques. Foram 65, quando sua média no Brasileiro é de 32.

Um deles acabou se mostrando fatal: o de Fagner, aos 11 do primeiro tempo, que originou a jogada do contragolpe do gol. O lateral-direito entra nessa lógica do “quem mais tenta mais se sujeita ao erro”. Foi o segundo em passes na equipe, com 68 – apenas Gabriel, com 76, pegou mais na bola –, e quem cometeu mais erros (11).

Vágner Mancini sabia que não conseguiria enfrentar de igual para igual o melhor conjunto do campeonato. Logo, posicionou o Vitória quase todo atrás da linha do meio-campo. Nada de marcação alta, abafa. O Leão esperou e armou o bote. Nem foram tantos contra-ataques bem-sucedidos assim.

O impressionante é que, mesmo diante de adversário tão superior, o Vitória ainda teve um gol mal anulado e outra chance muito clara. Poderia ter deixado Itaquera com placar mais elástico.

Assim como o empate ou até mesmo a virada corintiana seriam perfeitamente possíveis. Curioso, mesmo, é que a primeira derrota no campeonato tenha sido com tantos números favoráveis. Até na hora do tropeço, o líder do Brasileiro fez questão de ser notado.

GE

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