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Sexo anal, sexo na menstruação e outros tabus acerca do sexo que você precisa deixar em 2017

Entender e discutir determinadas práticas pode trazer benefícios tanto para a vida sexual quanto para a saúde e, sendo assim, é hora de parar de torcer o nariz para quem curte coisas diferentes das que você gosta ou de criticá-las

Por Campelo Sousa

13/12/2017 às 09h11

Sexóloga explica que dormir de barriga para baixo aumenta as chances de sentir um orgasmo durante o sono (Foto: Shutterstock)

Há algumas décadas, era impensável que certas preferências, orientações e práticas sexuais fossem discutidas e (relativamente) aceitas como são atualmente. Apesar dos avanços, porém, não são poucos os tabus que a sociedade ainda carrega. Mesmo com uma mentalidade cada vez mais aberta, as pessoas ainda torcem o nariz para determinados estilos de vida, escolhas e até para alguns tipos de roupas, e a rejeição aumenta ainda mais quando o assunto é sexo – tópico no qual muita gente não gosta nem de tocar.

Bom, estamos em 2017 e a virada para 2018 está literalmente batendo à porta, mas as pessoas ainda parecem não ter entendido que falar em desmitificar certos tabus relacionados ao sexo não é a mesma coisa que fazer com que as pessoas experimentem essas práticas. Pensando nisso, o Delas propôs que leitoras levantassem questões que, no ano que vem, precisam parar de deixar as pessoas de cabelo em pé; confira:

1. Prazer anal
Mesmo entre pessoas que falam abertamente sobre sexo, não é difícil encontrar quem ame sexo anal , mas evite o tópico por medo de julgamentos. E a coisa fica ainda mais crítica quando se trata de homens heterossexuais que curtem estímulo anal, já há certa tendência a relacionar essa prática à homossexualidade.

O ânus, porém, é uma zona erógena como o pescoço, o clitóris, o pênis, o ponto g, os mamilos e várias outras, e essas regiões do corpo são mais sensíveis do que outras devido à presença de um número maior de terminações nervosas. Sendo assim, o estímulo nessas áreas pode, sim, ser capaz de provocar sensações gostosas tanto para homens quanto para mulheres.

Além de a quantidade de terminações nervosas já justificar a possibilidade de um homem ou uma mulher sentir prazer anal independentemente da orientação sexual, há ainda outro fator que torna essa questão algo biológico para homens: a próstata. Massagear essa glândula – localizada internamente atrás da base do pênis – costuma render orgasmos de tirar o fôlego para eles e, a única forma de alcançá-la de forma efetiva é pelo ânus.

Assim como algumas pessoas não gostam de, por exemplo, sexo oral ou estimulação dos mamilos, é normal simplesmente não sentir prazer na região anal, seja com o pênis, com os dedos ou com um brinquedo erótico. Ainda assim, segundo os internautas, está na hora de parar de pegar no pé das pessoas que sentem. Ah, e nada de se sentir mal caso você seja uma dessas pessoas, ok?

2. Saúde sexual
Outro ponto levantado pelas leitoras foi o contraste entre o quanto as pessoas estão falando cada vez mais sobre sexo e a quantidade de gente que ainda é completamente desinformada a respeito de saúde sexual em geral. Não é nada difícil encontrar, por exemplo, mulheres que agem como se pílulas anticoncepcionais pudessem ser tomadas feito água, pessoas que acreditam que o uso de duas camisinhas ao mesmo tempo é proteção em dobro e até as que não veem problema em sentir dor durante o sexo. Isso tudo porque grande parte das pessoas tem dificuldades em tocar no assunto ou não sabem onde buscar informações confiáveis sobre ele.

De acordo com Livia Daia, ginecologista, obstetra e mastologista da clínica Daia Venturieri, é para isso que os médicos servem. A especialista afirma que muitos profissionais não têm uma conduta muito acolhedora, e que as pessoas devem buscar médicos que as façam sentir confortáveis para perguntar e compartilhar todo e qualquer detalhe da vida íntima. “Tem muita gente que tem, por exemplo, dor na relação e não sabe que ela pode ser tratada. Tem de buscar ajuda e, na conversa com o médico, você nunca pode esconder nada. Aquilo que você acha que é um detalhe desnecessário pode ser um ponto crucial”, explica.

3. Sexo durante a menstruação
Transar “naquela época do mês” é algo que faz muitas pessoas – tanto homens quanto mulheres – torcerem o nariz, e não é só a presença do sangue no ato que ocasiona essa atitude. Por ser um dos maiores tabus quando o assunto é sexo, há muita desinformação circulando por aí; ao contrário do que muita gente pensa, transar quando se está menstruada ou transar com uma mulher que está “naqueles dias” não faz mal nem para ela, nem para o parceiro, não aumenta os riscos de transmissão de doenças, não aumenta o fluxo menstrual e pode até aliviar as dores que costumam atormentar as mulheres nesse momento.

Além de tudo isso, é comum que as mulheres sintam mais vontade de fazer sexo durante esse período, e se o problema é o sangue, já existem coletores menstruais que não atrapalham a transa. A dica aqui é: faça o que der vontade, não faça o que não soar agradável, use proteção e não julgue o amiguinho ou a amiguinha que não tem problemas com o sangue menstrual.

4. Vaginas
De acordo com um levantamento promovido pela marca de produtos íntimos Vagisil e realizado com mais de mil britânicas, 43% das mulheres sofrem com problemas na vagina – tais como secura, coceira e dor durante o sexo –, mas não falam sobre isso com ninguém. Neste caso, além dos tabus acerca da saúde sexual, há também outra questão: mulheres não são incentivadas a descobrir e falar sobre a própria intimidade.

Enquanto meninos costumam conectar-se com o próprio corpo desde pequenos, a intimidade feminina é tratada como algo pecaminoso, fazendo com que cada vez mais mulheres se sintam infelizes com a aparência das partes íntimas (mesmo sem haver nada de errado) e até com o odor da região (que, segundo ginecologistas, é completamente normal).

Esses tabus com relação à vagina têm desencadeado até um “boom” de cirurgias plásticas na região; segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética, o número de labioplastias (cirurgia para redução dos grandes lábios) praticamente duplicou de 2015, saltando de 12,8 mil procedimentos para 23,1 mil. Além disso, não é difícil encontrar blogueiras e até esteticistas que recomendam procedimentos bizarros e perigosos para tornar a vagina “mais bonita”. Parece que já está na hora de deixar esse tabu para trás, não é?

IG

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