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Quem é o garoto que matou 2 colegas a tiros em escola de Goiânia. Veja a história!

O adolescente que disparou contra outros alunos na sala de aula, matando inclusive seu melhor amigo, se dizia admirador de Adolf Hitler

Por Campelo Sousa

28/10/2017 às 09h45 • atualizado em 28/10/2017 às 10h20

João Vítor (à esq.) era um dos melhores amigos do matador. João Pedro foi o primeiro a ser atingido (Foto: Reprodução)

“Eu vou te matar”, anunciou o adolescente de 14 anos a João Pedro Calembo, de 13, na manhã da sexta-feira, 20 de outubro, enquanto assistiam à aula de ciências no 3º andar do Colégio Goyases, escola particular de educação infantil e ensino fundamental de um bairro de classe média baixa em Goiânia. Para mostrar que não estava de brincadeira, abriu a mochila e perguntou ao colega se ele queria ver a arma que trazia consigo. Exibiu um objeto preto que não despertou a curiosidade de ninguém. A maioria dos alunos que presenciaram a cena contou, mais tarde, que todos pensaram se tratar de uma caixa de óculos. A turma não costumava levar a sério as ameaças. Afinal, não era a primeira vez que o garoto as fazia. Sempre que se sentia acuado ao ser alvo de brincadeiras e bullying, ele prometia acabar com a vida dos zombeteiros. Naquela semana, porém, o tom havia subido depois que, chamado de “fedorento”, foi “atacado” por espirros de desodorante. As ofensas contrariavam a personalidade de quem demonstrava, em casa, ter cuidado com a aparência. “Ele nos contou que, depois desse caso com o spray, decidiu matar”, disse o delegado Luiz Gonzaga Júnior, da Delegacia de Polícia de Apuração de Atos Infracionais de Goiânia.

Às 11h40 da sexta-feira, o sinal estava prestes a soar. A professora do 8º ano finalizava a aula, esclarecendo dúvidas sobre a feira de ciências que seria realizada no dia seguinte. Nervoso, o garoto levantou-se abruptamente e começou a tirar da mochila o objeto preto parecido com uma caixa de óculos — era uma pistola calibre 40. Deu um primeiro disparo no susto, com a arma ainda oculta. O barulho chamou a atenção dos alunos, mas não gerou pânico. A maioria imaginou que pudesse ser o estouro de um dos frágeis balões de ensaio da feira estudantil. Eles tomaram consciência do que estavam por viver ao verem o adolescente mirar João Pedro e lhe acertar três tiros à queima-roupa. A morte foi instantânea. “Vou matar todo mundo”, gritou o atirador, descarregando o pente de doze balas aleatoriamente, num movimento circular. Além de João Pedro, cinco alunos foram atingidos: João Vitor Gomes e Hyago Marques, ambos de 13 anos, Isadora de Morais, Lara Fleury e Marcela Macedo, as três de 14 anos. João Vitor Gomes também morreu imediatamente, com um tiro na cabeça. Ele era o melhor amigo do algoz.

Do lado de fora da escola, os pais se aglomeravam para buscar os alunos da educação infantil, que saíam mais cedo que os do fundamental. O publicitário Leonardo Calembo fora buscar seus três filhos. “Só levei dois vivos para casa”, disse, no dia do crime. Calembo é pai também de Gustavo, de 8 anos, e Davi, de 6 anos. Com a correria e os gritos, deu-se o pânico. Num primeiro momento, o temor era que bandidos tivessem invadido a escola. Um grupo de meninas do 8º ano saiu correndo, gritando pela rua: “Tiros, tiros!”. Vizinhos fecharam as portas e janelas. Alunos de outras salas correram para se esconder na cantina, numa igreja evangélica e na delegacia ao lado da escola. Não demorou para que a rua pacata, que antes só era tumultuada pelo tráfego de pais, fosse tomada por viaturas policiais e um helicóptero para o resgate de feridos. “Desde aquele dia, a rua ficou triste. Ainda me lembro das crianças chorando”, diz a cabeleireira Fabiana Quintas, que mora nas proximidades.

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