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Francisco Cartaxo

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Guerra ao fanatismo será lançado em maio

02/05/2016 às 16h07 • atualizado em 02/05/2016 às 16h08

Guerra ao fanatismo será lançado em maio

Por Francisco Frassales Cartaxo

 

O lançamento do livro Guerra ao fanatismo: a diocese de Cajazeiras no cerco ao padre Cícero será no dia 19 de maio, no Mini Teatro Geraldo Ludgero, do Centro Cultural Zé do Norte, que funciona na Biblioteca Castro Pinto. Deixei tudo acertado com a secretaria de cultura do município, quando de minha ida a Cajazeiras, semana passada.

O padre Janilson Rolim fará a apresentação.

Vigário da paróquia São João Bosco e vice-diretor da FAFIC, padre Janilson aceitou o convite, numa boa, após proveitosa conversa. A ideia é fugir do oba-oba. E transformar a festividade literária em momento de reflexão acerca das múltiplas razões determinantes da criação da diocese de Cajazeiras. E de seu papel no sertão paraibano. A escolha do jovem e dinâmico sacerdote tem tudo a ver com um dos aspectos abordados no trabalho: as relações da hierarquia da Igreja católica com o movimento messiânico em torno do padre Cícero e seus reflexos na decisão de sediar o bispado em nossa terra.

Assunto polêmico ainda hoje, no exato momento em que o Papa Francisco reconcilia a memória de Cícero com a Igreja, abrindo o caminho para a beatificação do mesmo, como ressalta no prefácio o professor de História das Religiões da UFPB, Carlos André Cavalcanti, acrescentando que a pesquisa não poderia vir em momento melhor, pois é hora de conhecer e de refletir com qualidade sobre a figura do padre. 

O livro nasceu motivado pelo centenário de criação da diocese de Cajazeiras. E tomou corpo ao influxo da tese do professor da Universidade de São Paulo, Sergio Miceli, segunda a qual, entre os fatores que influenciaram a localização de dioceses no Nordeste inscreve-se a formação de um cinturão protetor contra o fanatismo irradiado de Juazeiro. A popularidade do padre Cícero cresceu a partir da divulgação dos fatos extraordinários do Juazeiro, assim chamado o pretenso milagre da hóstia ensanguentada na boca da beata Maria de Araújo, ocorrido em 1889. As levas de romeiros, atraídas a Juazeiro pela figura carismática do padre Cícero, eram vistas com desconfiança pela cúpula da Igreja. Ora, aquele movimento de massa foi considerado na época pela hierarquia da Igreja no Brasil como nocivo à estratégia de expansão territorial do catolicismo. Um novo Canudos. Daí a decisão de sediar, estrategicamente, várias dioceses com o objetivo de barrar a expansão do fanatismo. A de Cajazeiras entrou nessa cota.

Apoiado em documentos oficiais e na imprensa católica, procurei reconstituir fatos e opiniões contemporâneos dos acontecimentos, no final do século XIX e início do século XX. E o fiz com o mínimo de subjetividade, tanto quanto é possível fazê-lo em trabalhos de natureza histórica.

Guerra ao fanatismo não trata apenas disso.

Distribuído em cinco capítulos, além da introdução e de considerações finais, o livro aborda a separação legal da Igreja do Estado, imposta pela República, realça o cerco ao padre Cícero, analisa os fatores locais para a escolha de Cajazeiras como sede do bispado. Trata também da instalação da diocese e da gestão de dom Moisés Coelho. Tenta desfazer alguns equívocos, como a disputa entre cidades sertanejas para abrigar a diocese. Na verdade, uma falsa disputa, ao contrário do que ocorreu entre Crato e Juazeiro quando da criação da diocese do Cariri, no mesmo ano em que foi fundada a de Cajazeiras.

O lançamento do Guerra ao fanatismo, com a fala do padre Janilson Rolim, deverá ser um evento além da simples rotina de mais um livro cajazeirense. Assim espero.


Os textos dos colunistas e blogueiros não refletem, necessariamente, a opinião do Sistema Diário de Comunicação.

Francisco Cartaxo

Francisco Cartaxo

Francisco Sales Cartaxo Rolim (Frassales). Cajazeirense. Cronista. Escritor.
Trabalhou na Sudene e no BNB. Foi secretário do Planejamento da Paraíba,
secretário-adjunto da Fazenda de Pernambuco. Primeiro presidente da
Academia Cajazeirense de Artes e Letras. Membro efetivo do Instituto
Histórico e Geográfico Paraibano. Autor dos livros: Política nos Currais; Do
bico de pena à urna eletrônica; Guerra ao fanatismo: a diocese de Cajazeiras
no cerco ao padre Cícero; Morticínio eleitoral em Cajazeiras e outros
escritos.

Contato: [email protected]

Francisco Cartaxo

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Francisco Sales Cartaxo Rolim (Frassales). Cajazeirense. Cronista. Escritor.
Trabalhou na Sudene e no BNB. Foi secretário do Planejamento da Paraíba,
secretário-adjunto da Fazenda de Pernambuco. Primeiro presidente da
Academia Cajazeirense de Artes e Letras. Membro efetivo do Instituto
Histórico e Geográfico Paraibano. Autor dos livros: Política nos Currais; Do
bico de pena à urna eletrônica; Guerra ao fanatismo: a diocese de Cajazeiras
no cerco ao padre Cícero; Morticínio eleitoral em Cajazeiras e outros
escritos.

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